STAM e KCAM: A crise da marcação a mercado

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Sinopse

O episódio conhecido como “Marcação a Mercado” marcou profundamente a indústria de fundos de investimento no Brasil. Como podemos observar na figura 1, a última grande perda da indústria havia acontecido por conta do Plano Collor, em 1990. Na época, a indústria era, ainda pouco representativa, como mostra a relação Fundos de Investimento/PIB, na tabela 1. Desde então, vem crescendo de importância. Interessante notar como a indústria levou quatro anos para recuperar os mesmos volumes pré-plano Collor (ajustados pela inflação), mas apenas um ano para se recuperar da crise da Marcação a Mercado. Isso mostra que as crises foram de naturezas diversas: enquanto a crise do plano Collor foi sistêmica, atingindo a economia como um todo, a crise da Marcação a Mercado ficou restrita à indústria de fundos. Focando especificamente no evento de 2002, a indústria perdeu cerca de R$ 64 bilhões naquele ano, o que representava, aproximadamente, 18,5% do total de seus ativos1. Houve demissões e correram processos na justiça e órgãos reguladores por parte de investidores e órgãos de defesa do consumidor. O caso aborda a decisão sobre o rumo a seguir depois que o Banco Central emitiu a Circular 3.086, em fevereiro de 2002, que definia critérios de marcação a mercado para títulos e derivativos. O problema da marcação a mercado de títulos indexados ao CDI existiu desde sempre, mas nunca foi uma grande preocupação dos asset managers. Com a dificuldade crescente do Tesouro Nacional em colocar títulos, os spreads das LFTs começaram a subir, tornando o problema da não marcação, ainda mais grave. A emissão dessa circular se deu bem no início da crise, que viria a tomar proporções catastróficas nos meses seguintes. Duas são as empresas de asset management focadas no caso. Não abrimos os nomes, por se tratar de um caso com repercussões bastante negativas, mas ambas são reais. A Keep Cool Asset Management não fazia a marcação, e agora deve decidir como implementar as diretivas da Circular. A Sleep Tight Asset Management já adota procedimentos de marcação a mercado para títulos indexados ao CDI, mas a Circular tem nuanças importantes a serem consideradas. O ponto central é: a introdução da marcação aumenta a volatilidade dos fundos e, no contexto do início de 2002, afeta negativamente a rentabilidade. A não marcação, por outro lado, aumenta o potencial de transferência de riquezas entre os cotistas. O que fazer?

Objetivos de aprendizagem

As boas práticas fiduciárias são fundamentais no negócio de asset management, mesmo que essas práticas levem a decisões que possam colocar o negócio em risco. Por serem estruturados como condomínios, os fundos de investimento têm como característica a interdependência entre os seus cotistas. Por práticas fiduciárias entendemos todos os procedimentos que visam a atender o melhor interesse dos cotistas em seu conjunto, evitando privilegiar uns em detrimento de outros. Este caso tem como objetivo principal discutir o custo da implementação ou da não implementação da marcação a mercado, uma das mais importantes práticas fiduciárias. Por um lado, se o MTM permite o tratamento igualitário entre os cotistas, por outro pode ser percebido por estes mesmos cotistas, como um indício de má gestão, pela volatilidade e eventual má performance gerada por essa prática. Além desse objetivo principal, outros pontos importantes podem ser discutidos, de acordo com o enfoque que o professor quiser dar para a sua aula. Vejamos alguns destes pontos no próximo item.

Idioma

Português, Inglês

Notas

Docentes do Insper: Realizem a solicitação via CUCA. https://cuca.insper.edu.br/ Docentes externos: Solicitem acesso pelo e-mail repositorio@insper.edu.br

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