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Sinopse

O caso discute a estratégia de crescimento de uma empresa do setor de comércio varejista baseada no financiamento das vendas a prazo com recursos próprios e as consequências da adoção dessa estratégia em períodos de instabilidade econômica, particularmente na segunda metade dos anos 1990, quando importantes crises financeiras abalaram os mercados internacionais. Focaliza o período pós-Plano Real, que encerrou quase uma década de inflação galopante e hiperinflação, levando a uma maior estabilidade dos preços na economia brasileira. Esse ambiente permitiu a introdução de linhas de crédito de médio prazo para financiamento de bens de consumo, as quais se tornaram uma importante alavanca de crescimento para as empresas do comércio varejista. É recomendado aplicar o caso em graduação e pós-graduação, nas disciplinas Mercados Financeiros, Mercados Financeiros e de Capitais, Contabilidade Gerencial e Finanças Corporativas e nos cursos de Educação Executiva.

Objetivos de aprendizagem

O principal objetivo desse caso é discutir a estratégia de financiamento das vendas a prazo por parte de uma empresa do setor de comércio varejista. Existem dois modelos comumente adotados: o internalizado (in house) e o de parceria. No modelo in house, as operações de financiamento são centralizadas pelo varejista, que pode ou não constituir um banco ou uma financeira própria. Já a parceria pode ser de diversas formas: outsourcing, joint venture, profit-share, comissionamento etc. Tanto um quanto outro implicam vantagens e desvantagens para o varejista, e o caso se propõe discutir os riscos e benefícios de cada qual. Oferecer a possibilidade de parcelar ou pagar com um prazo maior tem a capacidade de aumentar muito o volume de negócios e fidelizar o cliente. Em última análise, a empresa passa a oferecer mais um serviço – a venda de crédito –, como forma de incrementar suas próprias vendas e estreitar a relação com o cliente, ao lhe proporcionar condições de pagamento atraentes. Geralmente, o crédito bancário é mais caro, o que confere vantagem ao cliente, se ele aceitar o financiamento da empresa (pelo modelo in house ou pelo de parceria), ao invés de contrair dívida diretamente em instituições financeiras. Contudo, no modelo in house, conceder crédito a clientes pode culminar em problemas de geração de caixa e capital de giro para a empresa, comprometendo primeiramente a situação de curto prazo. O crédito pode nunca ser recuperado ou o cliente pode pagar apenas parcialmente. Assim, antes de conceder esse tipo de crédito, é importante avaliar criteriosamente sua qualidade e para isso é preciso estabelecer uma política clara de concessão de crédito (por exemplo, o montante máximo que a empresa pode financiar; elaborar um score rating para escrutinar a quais clientes conceder crédito e qual é o risco de inadimplência etc.) e de cobrança. No modelo de parceria, a empresa transfere esses riscos, particularmente o de crédito, para a outra parte. O serviço pode ser obtido com custo mais baixo do que se fosse feito in house (redução de custos operacionais e de recrutamento de pessoal, por exemplo). Uma vez delegado o serviço financeiro a uma empresa especializada, a empresa vendedora dos bens pode focalizar seu core business, mas corre o risco da divulgação de informações confidenciais da companhia, além de se expor aos chamados hidden costs. O caso enseja ainda uma discussão mais aprofundada sobre finanças corporativas de curto prazo, especialmente sobre o financiamento do capital de giro considerando os aspectos de retorno, risco e liquidez. Nesse ponto, vale a pena rever os seguintes conceitos:  Capital de giro (Working Capital) É um conceito de extrema importância para a saúde financeira de curto prazo de uma empresa e muito valioso para a correta tomada de decisão: mede a eficiência de uma companhia. Designa os recursos financeiros da empresa investidos em ativos de curto prazo como caixa, estoque ou contas a receber (ativos circulantes), e diz respeito ao ciclo operacional da empresa: desde a compra das matérias-primas, à venda e ao recebimento do pagamento por parte dos clientes. Portanto, seu vencimento é de curto prazo e representa a liquidez presente da empresa.  Capital de giro líquido (Net Working Capital) É a diferença entre ativos circulantes e passivos circulantes (contas a pagar a fornecedores, salários, impostos, empréstimos de curto prazo etc.).  Gestão de capital de giro É a gestão conjunta do ativo e do passivo circulante, com o objetivo de conseguir uma relação rentabilidade-risco que agregue valor à empresa (missão do gestor).  Índice de liquidez seca Permite antever a capacidade da empresa de liquidar suas obrigações de curto prazo. Mede a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo e desconsidera o estoque (que pode estar obsoleto ou nada representar com relação a pagamentos futuros). Dos ativos circulantes, subtraem-se os estoques, e esse resultado é dividido pelo passivo circulante: (ativo circulante – estoques) / passivo circulante = índice de liquidez seca.  Orçamento de caixa É a lista de entradas e saídas de caixa esperadas pela empresa num certo período, evidenciando seu saldo, ou seja, sua capacidade de gerar entradas que cubram as saídas. Esse saldo permite antever se a empresa conseguirá honrar suas dívidas, e é importante considerá-lo para tomar decisões sobre investimento e financiamento.  Trade off risco-retorno Postula que o retorno potencial de um investimento aumenta com o risco. Baixos níveis de risco são associados a baixos retornos potenciais, e altos níveis de risco, a retornos potenciais elevados. Nesse contexto, surge o conceito da aversão ou propensão ao risco. Cada investidor tem seu nível próprio de aversão/propensão ao risco, e o objetivo é encontrar o equilíbrio adequado entre risco e retorno esperado.  Relação risco-retorno-liquidez Esses são os três componentes-chave de qualquer investimento. O risco pode ser definido como a probabilidade de um investidor perder o dinheiro investido. O retorno é o ganho potencial do investimento. A liquidez é a facilidade com que o investimento pode ser reconvertido em dinheiro. Se um investimento for muito líquido, o investidor pode usar o dinheiro que ele representa num curto período de tempo. Essa transformação é muito importante, sobretudo se o investidor precisar de caixa em curto prazo. O êxito de um investimento depende da inter-relação entre esses três fatores.

Idioma

Português, Inglês

Notas

Docentes do Insper: Realizem a solicitação via CUCA. https://cuca.insper.edu.br/ Docentes externos: Solicitem acesso pelo e-mail repositorio@insper.edu.br

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