Suficiência e Sustentabilidade: Compreendendo os Padrões de Consumo nas Gerações X e Z

Abstract

Este estudo realiza uma investigação sobre as práticas de consumo suficiente entre as gerações X e Z, destacando as diferenças e semelhanças na forma como cada grupo lida com conceitos emergentes como suficiência e economia circular. A pesquisa se fundamenta em uma revisão semi-sistemática de literatura que abrange as principais teorias sobre consumo consciente, sustentabilidade e as dinâmicas específicas que moldam o comportamento de consumo de diferentes gerações. Além disso, essa revisão permitiu identificar lacunas e oportunidades na literatura existente, especialmente no que tange à aplicação prática desses conceitos em contextos reais de consumo. Para complementar a revisão teórica, foram conduzidas entrevistas semi-estruturadas com representantes das gerações X e Z, buscando explorar as motivações, atitudes e comportamentos que influenciam suas decisões de consumo. As entrevistas permitiram uma análise detalhada das diferenças geracionais, revelando como cada grupo percebe e aplica o conceito de suficiência em seu dia a dia. Este método qualitativo foi essencial para captar as nuances das práticas de consumo, proporcionando uma visão mais rica e contextualizada sobre como esses indivíduos interpretam a suficiência em um mundo cada vez mais orientado pela sustentabilidade. A análise qualitativa dos dados coletados revelou padrões de comportamento distintos entre as duas gerações. A geração Z mostrou-se mais propensa a adotar práticas de consumo consciente e sustentável, frequentemente impulsionada por uma preocupação com o futuro do planeta e por uma identidade fortemente ligada a causas sociais. Em contraste, a geração X, apesar de demonstrar um engajamento significativo com a sustentabilidade, tende a priorizar aspectos como o custo-benefício e a funcionalidade dos produtos, refletindo uma visão mais prática e menos idealista do consumo. Este estudo também destaca como as expectativas iniciais da pesquisadora foram desafiadas ao longo do processo, especialmente no que diz respeito à percepção das diferenças entre as gerações. Embora se esperasse que a geração Z fosse significativamente mais comprometida com práticas sustentáveis, a pesquisa mostrou que a geração X também valoriza a suficiência, ainda que de maneira distinta, sublinhando a complexidade das práticas de consumo entre diferentes grupos etários. As descobertas desta pesquisa contribuem para uma compreensão mais profunda das tendências contemporâneas de consumo e suas implicações para a sustentabilidade. Este trabalho oferece insights valiosos para o desenvolvimento de políticas públicas e estratégias de marketing voltadas para a promoção de práticas de consumo mais responsáveis, sublinhando a necessidade de abordagens adaptativas que considerem as particularidades geracionais, possibilitando um impacto mais efetivo e abrangente.This study investigates sufficient consumption practices between generations X and Z, highlighting the differences and similarities in the way each group deals with emerging concepts such as sufficiency and the circular economy. The research is based on a semi-systematic literature review covering the main theories on conscious consumption, sustainability and the specific dynamics that shape the consumption behaviour of different generations. In addition, this review allowed us to identify gaps and opportunities in the existing literature, especially with regard to the practical application of these concepts in real consumer contexts. To complement the theoretical review, semi-structured interviews were conducted with representatives of generations X and Z, seeking to explore the motivations, attitudes and behaviours that influence their consumption decisions. The interviews allowed for a detailed analysis of generational differences, revealing how each group perceives and applies the concept of sufficiency in their daily lives. This qualitative method was essential for capturing the nuances of consumption practices, providing a richer and more contextualised view of how these individuals interpret sufficiency in a world increasingly oriented towards sustainability. The qualitative analysis of the data collected revealed distinct behavioural patterns between the two generations. Generation Z was more likely to adopt conscious and sustainable consumption practices, often driven by a concern for the future of the planet and an identity strongly linked to social causes. In contrast, generation X, despite showing significant engagement with sustainability, tends to prioritise aspects such as the cost-benefit and functionality of products, reflecting a more practical and less idealistic view of consumption. This study also highlights how the researcher's initial expectations were challenged throughout the process, especially with regard to the perception of the differences between the generations. Although Generation Z was expected to be significantly more committed to sustainable practices, the research showed that Generation X also values sufficiency, albeit in a different way, underlining the complexity of consumption practices between different age groups. The findings of this research contribute to a deeper understanding of contemporary consumer trends and their implications for sustainability. This work offers valuable insights for the development of public policies and marketing strategies aimed at promoting more responsible consumption practices, underlining the need for adaptive approaches that take generational particularities into account, enabling a more effective and comprehensive impact.