Coleção de Policy Papers
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Policy Paper Panorama Climático das Favelas & Comunidades Invisibilizadas: Vicões e Percepções do Brasil 2025(2025) Melo, Ygor Santos; Silva, Juliana Guedes da Motta da; Jordan, Camila; Machado, Hannah Arcuschin (rev.)As mudanças climáticas afetam de forma desproporcional populações que vivem em assentamentos precarizados e invisibilizados no Brasil, agravando desigualdades produzidas e reproduzidas por uma lógica sistêmica histórica. O estudo abrangeu todas as regiões do país, 119 comunidades em 51 municípios de 20 Estados, revelando um padrão de sobrecargas múltiplas: além de enfrentar déficits crônicos de moradia e infraestrutura, essas comunidades sofrem perdas humanas e materiais causadas por enchentes, deslizamentos, secas e ondas de calor, sem acesso a políticas públicas que suficientemente reconheçam suas especificidades. Esses territórios se encontram em áreas de risco — margens de rios, encostas e regiões alagadiças — onde a ausência de drenagem, saneamento, abastecimento de água e manejo de resíduos amplifica os impactos dos eventos climáticos extremos. Embora contribuam pouco para as emissões, essas populações arcam com os custos mais altos da crise climática, que se somam a décadas, e por vezes séculos, de marginalização social. O estudo mostra também que, longe de serem apenas vítimas, essas comunidades criaram arranjos de resiliência próprios, que oferecem pistas para caminhos de transformação. Experiências locais de Rio Branco a Salvador, de Tartarugalzinho a Eldorado do Sul demonstram que as respostas surgem das crises e da potência dos territórios, podendo servir de faróis para políticas verdadeiramente inclusivas e eficazes. O Brasil tem não apenas grandes recursos naturais, mas a oportunidade de ser líder na criação de governanças participativas que reconheçam e incluam essas populações, fortalecendo soluções já existentes e integrando adaptação climática e justiça socioambiental. A escolha de priorizar os territórios mais vulnerabilizados definirá se a transição climática reforçará desigualdades ou abrirá caminho para cidades justas, seguras e resilientes.
