Diversidade no Conselho de Administração e sua Influência nas Práticas de Responsabilidade Social Corporativa

Abstract

Este estudo investiga se a presença de mulheres e de conselheiros(as) de diferentes origens raciais nos conselhos de administração está associada a um desempenho superior em responsabilidade social corporativa (RSC). A análise é baseada em dados de empresas brasileiras que participaram do processo seletivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 entre 2021 e 2023. Foram estimados modelos OLS padrão para examinar a relação entre diversidade no conselho e o score global do ISE B3, bem como suas subdimensões. Os resultados indicam que tanto a presença de mulheres quanto a diversidade racial no conselho estão positivamente associadas ao desempenho em RSC, especialmente nas dimensões de Capital Humano e Governança Corporativa. Esses achados se apoiam na Teoria do Alto Escalão e na Teoria dos Stakeholders, e são explicados por mecanismos como a mitigação do groupthink e a atuação não simbólica dos grupos sub-representados. O estudo contribui para a literatura ao integrar as dimensões de gênero e raça no contexto institucional brasileiro, caracterizado por desigualdades históricas, e oferece evidências empíricas que sustentam a promoção de conselhos mais diversos e efetivos.

This study investigates whether the presence of women and board members from diverse racial backgrounds is associated with superior corporate social responsibility (CSR) performance. The analysis uses data from Brazilian companies that participated in the selection process of the B3 Corporate Sustainability Index (ISE) between 2021 and 2023. Standard OLS regressions performed to examine the relationship between board diversity and both the overall ISE B3 score and its subdimensions. Results indicate that both the presence of women and racial diversity on boards are positively associated with CSR performance, particularly in the Human Capital and Corporate Governance dimensions. These findings are grounded in the Upper Echelons Theory and Stakeholder Theory and are explained through mechanisms such as mitigation of groupthink and the substantive—not merely symbolic—role of underrepresented groups. This study contributes to the literature by integrating gender and racial dimensions in the Brazilian institutional context, marked by historical inequalities, and provides empirical evidence supporting the promotion of more diverse and effective boards.