Análise comparativa da eficiência da saúde pública brasileira: benchmarking financeiro e de capital humano com o resto do mundo

Abstract

O Brasil, assim como muitos outros países emergentes, é reconhecido pela desigualdade socioeconômica e falta de infraestrutura básica de qualidade na maior parte de suas regiões. Assim, grande parte de sua população, cuja renda não permite acesso aos serviços de setores privados, depende unicamente do setor público para consumir serviços essenciais, os quais além de serem negativamente julgados no aspecto qualitativo por seus consumidores e críticos, são reconhecidos como ineficientes no aspecto técnico. A ineficiência nos setores essenciais é um fator determinante para a falta de qualidade de vida em países de alta desigualdade, evidenciada nos indicadores socioeconômicos, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o Coeficiente de Gini de Renda per capita. Além disso, há fortes evidências econômicas quanto à relação entre a capacidade de crescimento de longo prazo de um país com a saúde e a educação a que seu povo tem acesso, e isso se reflete diretamente na sua renda. Observada essa correlação e a importância das unidades de saúde pública para seus cidadãos, e, consequentemente, para o desenvolvimento do país, esse estudo tem como objetivo analisar comparativamente a eficiência financeira e de capital humano do SUS (Sistema Único de Saúde) com as de unidades públicas estrangeiras. A avaliação de performance das unidades públicas será realizada pela técnica de programação linear não-paramétrica DEA (Data Envelopment Analysis), conhecida também como a análise de fronteiras de eficiência não-estocásticas. Os resultados servirão como um benchmarking para futuras decisões de planejamento operacional e financeiro público do SUS e terão como foco somente variáveis das perspectivas financeiras e de investimento em capital humano, capital fixo e conhecimento focado no longo prazo.