O efeito certificador da presença de fundos de Private Equity na composição acionária de IPOs no Brasil.
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Dissertação
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2021
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Resumo
Com a estabilidade econômica brasileira após 2016, a disposição das empresas
em buscarem recursos via mercado de capitais cresceu, impulsionado assim o volume
de IPO (Inicial Public Offering). Apesar deste maior número de investidores, vários
estudos identificam um problema informacional ao redor da emissão. Para as empresas
que realizaram IPO foram encontrados retorno acionário elevado no curto prazo e de
baixo no longo prazo. Além disto, a empresa que vai acessar o mercado deve possuir
profundidade e experiência para realizar uma oferta pública de sucesso, bem como,
bom conselho de administração, estabelecimento de comitês apropriados e,
consequentemente, uma gestão profissional. Essa gestão profissional, em geral, é
realizada por fundos de private equity (PE) com objetivo de fornecer capital as empresas
fechadas, geralmente com altos potenciais de retorno, sob a ótica de no futuro realizar
a saída deste investimento. A literatura sobre a presença de fundos PE na gestão das
empresas se ancora, principalmente, na duração e persistência deste efeito ao longo do
tempo. Os estudos, em geral, encontram evidências favoráveis de que IPOs com a
presença de fundos PE tem desempenho superior as empresas sem PE. Com o intuito
de verificar estes efeitos foram investigados os desempenhos de 160 IPOs emitidos no
Brasil de 2004 a 2019, com e sem a presença de PE e comparados entre si. Foram
analisados o retorno anormal das ações (BHAR - Buy and Hold Abnormal Returns) no
primeiro dia, 12, 24 e 36 meses após a oferta pública inicial e o desempenho operacional
através dos indicadores: variação da receita total; variação de ativos totais; ROA;
Ebitda/Ativos; ROIC, Alavancagem e Q de Tobin ajustado, no período de 1, 2 e 3 anos
após a emissão. Foi possível identificar que as empresas com PE tiveram retornos mais
positivos (ou menos negativos) para 12, 24 e 36 meses via ótica Equal Weighted através
da análise via benchmark de 18,9%, 37,2% e 26,0%, contra 3,7%, 8,2% e 14,2% para
as sem PE no mesmo período. Foi identificado também uma queda nos indicadores de
Ebitda/ativos, variação das receitas, total de ativos e Q de Tobin ajustado para a
totalidade da carteira até 3 anos após o IPO. Apesar do efeito negativo para a carteira,
é possível verificar que o grupo com PE teve menor queda no Q de Tobin ajustado que
o grupo composto pelas empresas sem PE com relevância estatística. Além disto, as
empresas com PE se mostraram com uma redução na alavancagem a partir do primeiro
ano após a emissão da ação.
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