Uma Abordagem sobre o Setor de Serviços na Economia Brasileira
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Policy Paper
Data
2016
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Resumo
O setor de serviços assume posição de destaque na economia brasileira
contemporânea, seguindo uma tendência histórica de crescimento da participação desse
setor no emprego, com possíveis consequências para a produtividade agregada da
economia. Estudos recentes sobre a produtividade dos serviços descrevem o setor como
com produtividade relativamente elevada, composto por segmentos bastante
heterogêneos e com alguns segmentos dinâmicos, que contribuem para o processo de
inovação e difusão de conhecimento na economia.
Nesse estudo, procuramos estudar com mais detalhes os segmentos do setor de
serviços, com dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Focando no período recente, de 2007 a 2013, nós
verificamos aumentos nos principais indicadores de interesse no período como um todo,
entre eles: crescimento de 58% no número de empresas (média de 8% ao ano), aumento
de 50% no número de pessoal ocupado.
Como prevê a teoria, ramos de serviços mais relacionados ao consumidor final
(serviços prestados às famílias, serviços de manutenção e reparação) apresentam
produtividade e salários comparativamente menores. No outro extremo, serviços mais
intensivos em capital ou tecnologia (alguns segmentos de transportes,
telecomunicações, serviços auxiliares financeiros, compra, venda e aluguel de imóveis
próprios) apresentam elevados níveis de produtividade e salários. Quando segmentamos
os serviços por intensidade de conhecimento, observamos que, de fato, aqueles mais
intensivos em conhecimento são mais produtivos e com maiores salários e
remunerações.
Por último, abordamos a questão do descolamento das trajetórias de produtividade e
salários. Nossa análise mostra que o crescimento da produtividade é inferior ao dos
salários, especialmente a partir de 2009. Essa constatação se repete no geral para
desagregações em níveis mais detalhados de atividades, além de se manter na divisão
por intensidade de conhecimento. Produtividade com baixo crescimento e custos
crescentes com mão de obra podem representar problemas de estrangulamento do setor.
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