Estudo do impacto moderador da interferência estatal na relação entre as fontes de rentabilidade e o desempenho de instituições financeiras brasileiras

Abstract

A rentabilidade de instituições financeiras ocupa posição de destaque na literatura financeira, sendo tema de recorrentes debates entre acadêmicos, políticos e analistas financeiros que se debruçam permanentemente sobre a definição e revisão de suas estratégias, tanto de ordem macroeconômica, quanto aquelas relacionadas a aspectos inerentes à indústria bancária. A relação do sistema bancário com praticamente todas as recentes crises econômicas de grandes proporções, em maior ou menor grau, demonstra a importância que a sua solidez desempenha na estabilidade e manutenção do crescimento econômico, sobressaindo a relevância estratégica em se ter um melhor conhecimento das interações que determinam a sua rentabilidade e a conformação estrutural mais adequada a cada tipo de sociedade. Este artigo avalia a existência de impacto diferenciado das fontes de rentabilidade no desempenho de instituições financeiras brasileiras, conforme a sua configuração acionária, seja ela pública ou privada, a partir da análise de informações obtidas nos balanços contábeis dos 30 maiores bancos comerciais brasileiros entre 2009 e 2014. A realidade do sistema bancário brasileiro é peculiar pela equivalência de escala e escopo entre instituições públicas e privadas, que embora tenham finalidade básicas distintas, concorrem em praticamente todos os segmentos. Os resultados apresentados corroboram a hipótese que o controle acionário exerce moderação sobre o impacto das fontes de rentabilidade, indicando que os mesmos coeficientes influenciam de forma diferenciada o resultado em cada estrutura. Análise que colabora para que os gestores e demais atores envolvidos com o tema, elaborem estratégicas de maximização específicas à cada realidade, potencializando a efetividade de suas proposições e o aumento do bem estar social e econômico gerado por tais instituições.